A série “Represontologia da Cultura” apresenta artefatos culturais analisados por meio da Represontologia, a ciência das representações. O objetivo é apresentar aplicações dos conceitos e também sugerir temas de pesquisa futuros para quem deseja trabalhar com represontologia. O post de hoje é sobre Mortal Kombat, mais especificamente o personagem Shan Tsung, que é um feiticeiro da Exoterra.
O feitiço mais conhecido dele é o de se transformar em um dos lutadores do jogo – um truque para economizar imagens de lutadores. Porém, nos permite fazer reflexões sobre as representações de indivíduos.
Afinal, para a represontologia, cada pessoa possui uma vida representacional, e também gera uma representação dela mesmo para outras pessoas, além de produzir representações sobre outros indivíduos.
Portanto, o feiticeiro possui representações sobre os lutadores do jogo e consegue uma metamorfose total externa mágica com base nela, alterando sua aparência e copiando aquilo que eles sabem fazer (assim como a voz). Provavelmente de observar as lutas no torneio e absorver almas.
A construção do corpo do indivíduo depende em parte de sua vida representacional, então a magia de Tsung é uma espécie de atalho para a trajetória daquela pessoa. A mente, no entanto, segue separada, mas só a corporeidade já permite muitos disfarces.


