Gustavo da Silva dos Santos, conhecido na comunidade como Gus Saint, tem 28 anos e é natural de Porto Alegre. Seu primeiro contato com os games veio ainda no saudoso Nintendinho (NES). Depois, títulos como Killer Instinct e The King of Fighters 97 marcaram sua juventude e abriram caminho para uma paixão ainda maior: o Mugen.
A descoberta aconteceu em 2009, quando buscava jogos crossover, especialmente Killer Instinct vs Mortal Kombat.
Mas nesta época eu não tinha Internet. Eu tive que pagar para alguém baixar um game do Mugen. Um cara me vendeu o SNK vs Capcom Ultimate 2007 e fiquei fascinado. Mas tinha algo que eu odiava: não havia final. Você enfrentava um boss apelão e, no fim, recebia apenas um congratulations”, relembra.
Foi dessa insatisfação que nasceu seu foco criativo: desenvolver finais (endings) para personagens.
O começo com as endings
Seu primeiro trabalho não saiu como esperava.
“Ah, lembro, foi uma ending do Scorpion, mas era bem zoado. Mesmo assim, foi daí que me aperfeiçoei em criar finais.”
Com o tempo, Gus encontrou sua identidade como criador. “Eu sempre crio um universo único para qualquer personagem. É normal ver nas minhas endings personagens de várias franquias.”
Entre seus trabalhos marcantes, ele destaca a ending de Dragon Clown, uma homenagem ao autor Reuben Kee, falecido alguns anos antes.
Para Gus, intros, endings e cutscenes são parte vital da experiência. Ele explica: “Intros são as apresentações dos personagens. Endings são as cenas finais. Já as cutscenes são eventos que interrompem a jogabilidade para desenvolver enredo, introduzir inimigos ou reforçar a narrativa.”
Apesar disso, o criador reconhece que poucos dão valor a esse aspecto no Mugen. “Sempre analiso a história dos jogos, mas só nos mais trabalhados. Art of Fury, por exemplo, tem intro animada e finais, algo raro.”
Projetos atuais e futuros
Hoje, Gus segue expandindo sua produção. Em parceria com o maker Adriano Morais, desenvolveu uma versão CVS POTS do NeoDio. Mas seu grande foco atual é um projeto mais ambicioso:
“Estou fazendo um full game chamado Capcom vs SNK: Apocalypse Multiverse, que terá cutscenes e modo história.”
Perguntas e Respostas
Quais personagens ou sagas você gostaria de ver no Mugen?
“É complicado, porque quase tudo que eu gosto já existe no Mugen ou Ikemen. Mas seria interessante ter os personagens de The Boys, da série da Amazon Prime, como chars. É uma série muito boa, que veio das HQs.”

Se pudesse incluir uma nova função no Mugen, qual seria?
“Eu colocaria uma função para inserir cutscenes de forma simples, além de um modo online nativo.”
Atualmente, qual screenpack você usa? Tem chars preferidos?
“Eu usava o Mugen Match, uma compilação de chars POTS organizada pelo Gui Santos. Do ano passado para cá, estou desenvolvendo meu próprio screenpack. Entre meus favoritos estão o Rain CVS POTS, do meu amigo Magno César, e o Blaze Agent, do Ilusionista.”
Quais makers você mais admira?
“O Magno César, que considero um excelente criador de chars POTS, e também o Infinity, que faz ótimos trabalhos nesse estilo.”
Conclusão
Entre nostalgia, criatividade e inovação, Gus Saint construiu sua trajetória no Mugen com foco no que muitos deixam de lado: a importância das histórias e finais. Agora, com o desenvolvimento de um jogo completo, ele reforça sua missão de provar que narrativa e jogabilidade podem caminhar juntas no universo do Mugen.
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Essa entrevista foi excelente, nostalgia pura
Ótima entrevista manin,e você é o melhor em ending não tem igual.